Abordagens híbridas no Ensino-Aprendizagem na EAD.
Todos sabem que a sala de aula presencial tem certos benefícios e numerosas desvantagens, enquanto a EAD tem numerosos benefícios e certas desvantagens quando consideramos a verdadeira aprendizagem por parte daqueles que procuram conhecimento. Então, dependendo das características e das exigências implícitas no conteúdo da disciplina a ser ministrada, da maturidade acadêmica e da disponibilidade de tempo para estudar por parte do aprendiz, e, finalmente, do grau de sofisticação tecnológica compartilhada por esses dois elementos, é possível soltar a imaginação e tentar planejar um curso que misture apenas elementos benéficos das duas modalidades. Pelo menos em teoria.
Os obstáculos mais comuns são resistência dos docentes tradicionais, hábitos antigos trazidos inconscientemente da sala de aula convencional, excesso de regulamentação governamental (exigindo "um modelo único" de estratégia pedagógica) e falta de familiarização com a plenitude de objetos de aprendizagem. Estes, por sua vez, embutidos na web global como "recursos educacionais abertos", oferecendo uma rica variedade de conteúdos em mídia (como textos, vídeos, simulações, gráficos - alguns com características interativas), tudo com licenças Creative Commons - indicando permissão para uso gratuito, desde que haja atribuição ao original.
Assim, como um compositor musical aproveitando todos os tipos de som à sua disposição (cordas, madeiras, metais, percussão e teclas), o responsável para um curso a distância tem disponíveis elementos de presencialidade: encontros face a face entre aprendizes interessados no mesmo assunto, aproveitando equipamentos científicos sofisticados (ou, no caso da área de saúde, pacientes que representam contato experiencial para os aprendizes), elementos de EAD (streaming de vídeo com palestras, debates, documentários, tours de museus e bibliotecas especializadas, sites fisicamente interessantes para a aprendizagem) e tudo isso temperado com a inclusão judiciosa de objetos de aprendizagem e recursos educacionais abertos selecionados de modo internacional.
A educação nunca teve tanta riqueza de variedade informativa. Nenhum aluno, recebendo essa gama de apresentação de conhecimento, poderá reclamar de aulas tediosas ou divorciadas da realidade de sua futura profissão. Não há algoritmos específicos que garantam sucesso nesse tipo de empreendimento, como não há para o compositor musical. Cabe a cada programa de EAD, universidade, escola, empresa, órgão governamental ou docente independente experimentar com modelos diferentes, procurando fazer a mistura, a hibridização, o blending dos recursos didáticos à sua disposição, para chegar ao modelo ideal para suas necessidades.
A Diretoria da ABED, ao lançar esse tema para o Congresso de 2019, deseja desafiar os membros da nossa comunidade profissional a pensar nos aspectos teóricos e práticos desse assunto - inovação nos ingredientes usados em cursos parte presencial e parte EAD, escrutínio da "experiência total" do aluno (quando este se afasta do modelo convencional do passado) e critérios novos para a avaliação do aproveitamento dos aprendizes. Continuaremos procurando os verdadeiros pioneiros desse novo modelo de fazer a EAD - combinando as melhores qualidades do presencial e aquelas mediadas pela tecnologia.
Fredric Michael Litto
Presidente da ABED
Inscrições em: https://www.abed.org.br/hotsite/25-ciaed/pt/inscricao/